Quarto Nana

Levantei me um bocadinho para conseguir tirar o casado e abrir a cama. Depois deitei-me de novo ao pé dela e, enquanto tirava as botas, tapei-nos.
- Vem cá. Aqui está mais quentinho... - passei de novo as mãos pelo cabelo dela.

- Dorme se quiseres. Prometo que vou estar aqui o tempo inteiro... - beijei-a pela testa com todo o carinho

- E não vou. Prometo-te que não vou. - Fiz lhe imensos carinhos no cabelo sempre.- Se eu pedir uma coisa... Prometes que não me bates? - Era um medo com base. Ela tinha a mão pesada. E eu sabia bem o que ela pensava do assunto.

- Nana... Casas comigo? - Perguntei baixinho. Por um lado tinha medo da resposta. Medo de não saber como o fazer se ela dissesse "sim". Medo de não saber como continuar se ela me dissesse "não"

Olhei a muito também, vendo a batalha nos olhos dela. Sabia que ela odiava casamento, sabia que para ela seria o mesmo que a prender numa jaula e jogar a chave fora. Mas essa jaula era eu... e eu dar lhe ia sempre a chave, tal como ela tinha a do meu coração sempre ao peito. Passei a mão pelo rosto dela.
Os minutos passaram-se.
Talvez... Fosse demasiado cedo.
- Não precisas de responder já. Só... Pensa nisso, sim?

Hm? - Perguntei baixinho, passando-lhe sempre a mão pelos cabelos, devagar. No fundo, aquela era a resposta que espera. Não era a que queria... Mas a que esperava. E mesmo que ela não quisesse casar, se ela quisesse ficar comigo para sempre, sem papel ou anel, para mim já era o suficiente

Nunca. Nunca Nana, nunca te vou deixar. Prometo... Nunca mais saio de perto de ti - entrelacei os dedos nos dela, beijando-a depois nas costas da mão. - Agora é para sempre. Não existe banda nenhuma, nem pessoa, nem ocasião, nem mesmo o Rei Demônio, que nos separe. Juro-te

Hm... Tão bom... - Abracei-a também, bem apertado. Fazia anos que a gente não estava só assim. Deixei-a aninhar-se melhor na almofada, abraçando-a depois de novo. - Tenta descansar um pouco. Por favor... Estou mesmo preocupado contigo... Devíamos ir ao hospital ver do que foi aquela falta de ar

Nunca mais. Prometo linda - Passei-lhe de novo a mão pelo rosto. O facto de ela dizer que estava bem só me deixava ainda mais preocupado. Porque ela só o dizia quando não era verdade. Nana...

Por favor... Não me deixes agora
Beijei-a sempre pelo rosto com todo o carinho.
- Queres alguma coisa? Água ou assim?

Isso é porque eu sou uma daquelas coisas - Ri-me, convencido, tentando alijeirar o ambiente. Procurei a cova no pescoço dela, acentando-lhe lá um beijo, suave. Não te quero perder. Não de novo...

Nana? - Perguntei baixinho, sentindo o coração algo apertado. Eu tinha de saber...