Sala De Estar

- Heeeh... - Ainda pensei reclamar o meu cigarro de volta, mas naquela altura do campeonato era melhor não irritar mais a Nana. Limitei-me a tirar outro e a acendê-lo, apoiando os cotovelos na mesa para apreciar melhor a cena

*Entrei e fiquei a olhá-los sem perceber o que se passava ali. Bem... Dava para ver que a Nana estava completamente irritada e se o Nobu e a Hachi estavam agarrados... Bem, só podia ter a ver com isso aquele estado de espírito tão negativo.*

- Bem... - Vá acalma lá isso, Yasu.

*Ouvi barulho vindo da porta e olhei para lá. Não conseguia largar o Nobu.*

- Yasu... Ajuda-nos por favor.

- Ya-san por favor faz a Nana ser mais razoável quanto a mim. Eu quero ficar aqui com a Hachi. - Nunca a larguei

Endireitei-me mais, aquilo agora com o Yasu ia ser divertido de ver. Ele até conseguia chamar o pessoal à razão mas também fugia com o rabo entre as pernas quando a Nana se virava contra ele.
Será possível que só eu compreendia a minha Nana ali?

*Aproximei-me da Nana com cautela, ela metia medo quando estava assim.*

- De que serve expulsar o Nobu se pelo que parece ele e a Hachi estão bem juntos? Não és tu que dizes que uma mulher só é feliz ao lado do homem que ama? Para além disso o bebé pode ser dele. Porque não os deixas ser felizes ou pelo menos tentar? Já sabes como é o coração Nana.

*Só olhei a nana. Não gostava nada de vê-la assim, deixava-me ansiosa o que no caso de ter o bebé era mau.*

Engoli em seco, olhando sempre o Ya-san. Esperava que ele conseguisse fazer a Nana mudar de ideia. Afinal, só ele e o Ren conseguiam tal feito, e como o Ren parecia tão disposto a ajudar-nos... Teme...

Olhei o Yasu e depois a Nana, sentindo-me algo culpado. Se o que ele dizia era verdade e ela realmente pensava que uma mulher só era feliz ao pé do homem que ama... Então ela deve ter sido infeliz quando esteve longe de mim. E isso era tudo o que eu não queria. Nunca fora meu propósito magoá-la

*Pensei que o que lhe tinha dito tinha feito efeito mas depois de ver o copo cair no chão fiquei confuso.*

*Fiquei a olhar a Nana em choque. Ela... Ela tinha partido o copo? Aquilo significava que ela já não queria ser minha amiga? As lágrimas cairam-me mais ao pensar naquilo.*

Fiquei também de boca aberta a olhar para a Nana. Ela sabia como os copos eram importantes para a Hachi... Eu era assim tão mau ao ponto de ela querer acabar com a amizade delas assim?

Olhei chocado para a Nana mas estendi a mão na direcção dela. Aquilo já estava a ser de mais, até para ela.
- Ei... Nana... Acho que eles já perceberam... Calma

*Fui direito-o a. Estava mais preocupado com o estado dela que com a história dos copos de momento.*

*Parei no tempo quando ela mandou o outro copo ao chão. A minha melhor amiga já não queria saber de mim? A Nana já não... Quando a vi cair no chão deixei-me cair de joelhos a olhá-la com as mãos na cabeça. Não me conseguia mexer, só a conseguia olhar. Não sabia o que fazer, era como se o meu coração fosse-me sair disparado pela boca.*

- Na... Nana...

- Nana?! - Corri para ela, para a apoiar. Ela tinha desmaiado mas a respiração estava irregular. - Ya-san, chama uma ambulância! Ela não está a respirar normalmente

- Sai, Nobu. - Empurrei-o devagar para longe, tomando o lugar dele e puxando a Nana para o meu colo. Quando a Reira tinha crises de ansiadade, no começo dos Trapnest, ela precisava sempre de apanhar um pouco de ar. Mas ali, a única janela que havia estava com grades e o ar que entrava não chegava. Por isso eu seria o ar dela. Fazia sentido... Porque eu precisava tanto dela como de ar para sobreviver. Enchi os pulmões antes de colar os lábios aos dela e lhe imbutir o meu ar nos pulmões dela.

*Chamei uma ambulância de imediato. Estávamos todos preocupados com ela. Apesar do que o Ren estava a fazer para ajudar era melhor chamar a ambulância.*

*Levantei-me e aproximei-me ainda de lágrimas nos olhos.*

- Ren... - Cala-te e deixa-o ajudá-la. Mas eu queria saber como ela estava. Porque tinha desmaiado? E será que queria mesmo acabar acabar a amizade comigo? A minha cabeça não parava de fazer perguntas umas atrás das outras. Mas a mais importante era de como iria ela ficar.

Olhava-os sempre e olhava também para o Yasu, que andava de um lado para o outro a falar com o pessoal do hospital. Haveria mais alguma coisa que eu pudesse fazer?

Continuava sempre a bombear ar para os pulmões dela. A batida do coração ainda não tinha estabilizado, apesar de eu sentir a respiração dela um pouco mais regular. Sentia-me todo a tremer.
Vá lá, Nana. Não me deixes, não assim. Não agora....